Arrecadação e Desperdício
(Postado em 03/07/2016)Ao pagar seis mil e duzentos reais de impostos, exclamou a irônica mãe de família: -"Eu saberia onde gastá-los sem desperdiça-los. Duvido que o Governo faça o mesmo!"
Semanalmente somos colocados diante de mais um escândalo de dinheiro público desviado de particulares. É o ralo por onde escapam os impostos, porque são muitos... Mas o Governo não fica sem o dinheiro do cafezinho, do pão de queijo, da meia ou da frauda que a mãe comprou para o seu bebê.
Fazemos parte de um país cujo Governo se acostumou a arrecadar e a não devolver. Ele emprega mal e paga mal, porque em alguns casos paga menos que deveria e, em outros, paga em excesso. A presidente da República tem salário menor do que alguns funcionários de segundo escalão. A casuística em geral rima com desperdício...
Certamente seríamos muito mais que a sexta economia do mundo se não fôssemos um dos dez países mais corruptos do planeta. Não é verdadeiro o slogan que "o brasileiro rouba, mas faz". Apenas alguns brasileiros ao redor do poder roubam e em geral não fazem... Na administração há os honestos que gostariam de ser bons prefeitos, bons governadores e bons presidentes e por convicção são incapazes de roubar um alfinete do povo. Mas entram com a melhor das intenções e no sincero desejo de arrecadar o suficiente para poder melhorar a vida dos mais pobres. Aí vêm as pressões dos corruptos e dos grupos de poder que sabem aonde está o dinheiro e como arrancá-lo. Em pouco tempo o politico bem intencionado ou se cala, ou morre, ou renuncia. E mais um bando de bandidos infiltrados na política esfregam às mãos de contentes. Venceram!
Entre eles e os traficantes, a única diferença é o tipo de tráfico. Mas ambos traficam: ou com tóxicos ou com dinheiro desviado do povo. Não sentem o menor remorso: coisa de psicopata. O Brasil é uma nação ferida pela corrupção endêmica. O agente arrecadador lembra o sujeito que, cada vez que senta à mesa, precisa de cinco pratos para saciar seu enorme apetite e nunca está satisfeito. Somos o país do desperdício: desperdiçamos agua, cereais, comida e impostos muito bem recolhidos e muito mal preservados ou aplicados.
Um dia talvez votaremos nas pessoas certas. E elas vencerão a máquina de desviar fundos municipais e nacionais. Mas enquanto não votarem pró reformas vai ser difícil votarmos nas pessoas certas. Não votam por quê? Você sabe?
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Pe. Zezinho
José Fernandes de Oliveira, nasceu em l941, é sacerdote católico Dehoniano, missionário, educador e pregador, escritor, compositor, criador de métodos de comunicação na Igreja Católica, teórico e pesquisador de comunicação religiosa. Tem presença forte na Pastoral de Juventude, Pastoral Vocacional, Catequese e Pastoral da Comunicação, Mídia Católica.Visitado em: 11/06/2016